Setembro Amarelo e a Saúde Indígena: um olhar necessário para além da prevenção ao suicídio

O Setembro Amarelo, campanha nacional dedicada à conscientização sobre a prevenção do suicídio, ganha cada vez mais visibilidade no Brasil. Com o lema de que “falar é a melhor solução”, a iniciativa busca quebrar tabus, incentivar o diálogo e promover a escuta ativa como ferramentas essenciais na luta contra o adoecimento emocional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens, o que reforça a urgência de políticas públicas que cuidem da saúde mental de forma ampla e inclusiva.
No entanto, ao ampliar o olhar para a diversidade brasileira, torna-se evidente a necessidade de atenção especial à saúde indígena. Pesquisas mostram que povos originários enfrentam taxas alarmantes de suicídio, sobretudo entre adolescentes e jovens adultos. Essa realidade está relacionada a fatores como a perda de territórios, conflitos fundiários, discriminação, racismo estrutural e a dificuldade de acesso a serviços de saúde adequados. Além disso, o choque cultural entre tradições ancestrais e pressões do mundo moderno afeta diretamente a identidade e o bem-estar desses povos.
Diante desse cenário, o Setembro Amarelo deve também ser um chamado para a valorização da vida indígena, fortalecendo políticas de saúde específicas e respeitosas às particularidades culturais de cada comunidade. Reconhecer a importância dos saberes tradicionais, promover ações de escuta qualificada e garantir a presença de equipes de saúde preparadas para lidar com as demandas emocionais são passos fundamentais. Valorizar a vida, em todas as suas formas, significa também proteger os povos indígenas, suas culturas e territórios.